30/11/2021
HSFA encerra o Novembro Roxo
Cerca de 4% dos nascimentos são de prematuros.
A pequena Sophya, nascida de 34 semanas e 2 dias simboliza os 4% de bebês prematuros atendidos neste ano na maternidade do HSFA. Em 2021 nasceram até agora 1077, sendo 44 prematuros com idade menor de 37 semanas.
Atualmente os prematuros extremos são transferidos para outros hospitais pela necessidade de cuidados especializados. Outros prematuros, se estáveis e com peso bom, permanecem no HSFA, que já está com o espaço físico para a implantação de uma UTI neonatal.
Graças ao avanço tecnológico e ao conhecimento na área da medicina, muitos bebês que antigamente nasciam antes do tempo e morriam, hoje sobrevivem. Mas mesmo com um desenvolvimento dentro do esperado, as crianças prematuras necessitam de um olhar mais atento. Estudos mostram que uma criança que nasceu prematuramente necessita mais de atendimentos na área de saúde do que os bebês que nasceram no tempo correto entre 37 e 42 semanas.
O que é considerado “prematuridade”?
O bebê prematuro é aquele que nasce antes das 37 semanas de gestação. São divididos em “prematuros extremos”, os que vieram ao mundo antes das 28 semanas e correm mais risco de vida do que os bebês que nascem algum tempo depois, pois apresentam um estado de saúde muito frágil. Temos também a faixa de prematuros considerados “intermediários” que nascem entre 28 e 34 semanas, que constituem a maior parte dos prematuros. E os chamados “prematuros tardios” que nascem entre 34 até 37 semanas. Este é um grupo que aumentou bastante no Brasil nos últimos anos e que preocupa bastante em termos de saúde pública.
Quais são as características mais comuns dos bebês prematuros?
A dificuldade de cuidado do prematuro está, não só na fragilidade dos órgãos, mas principalmente do cérebro. O baixo peso, considerado abaixo de 1500g também é um fator que preocupa muito, pois é um grande desafio conseguir fazer uma recuperação nutricional ao longo das primeiras semanas de vida desse bebê.
Todo bebê que nasce antes do tempo precisa necessariamente ficar internado?
Não necessariamente. A faixa dos prematuros tardios tem gerado muitas internações por uma série de fatores, principalmente a imaturidade pulmonar. No entanto, muitos bebês que nascem de 35 semanas podem nascer bem e não precisam de internação e UTI.
O aleitamento fica comprometido pelo fato do bebê ainda estar na incubadora?
Não. Quando o bebê ainda é muito pequeno, não tem peso, nem maturidade para sucção, ele fica com uma sonda e a própria mãe pode administrar a quantidade de leite materno que é dada ao seu bebê, até que ele tenha condições de sugar. Enquanto isso, ele está sendo avaliado por uma série de profissionais para estimular mais precocemente esta sucção.
Quais principais complicações na gestação que podem levar à prematuridade?
– Infecções
– Insuficiência istmocervical (abertura do colo do útero)
– Colo do útero curto
– Partos prematuros anteriores
– Rotura prematura da bolsa
– Tabagismo
– Miomas
– Gravidez de múltiplos
– Descolamento prematuro da placenta
– Diabetes gestacional
– Pré-eclâmpsia (aumento da pressão arterial na gravidez)
– Alterações clínicas na gestante ou no feto que necessitem de interrupção antes do tempo esperado
O Novembro Roxo
Novembro é considerado o mês internacional de sensibilização para a prematuridade, sendo reconhecido mundialmente como “Novembro Roxo” – a cor simboliza a sensibilidade e a individualidade, características que são muito peculiares aos bebês prematuros.
A data tem o objetivo de alertar sobre o crescente número de partos prematuros, como preveni-los e informar a respeito das consequências do nascimento antecipado para o bebê, para sua família e para a sociedade.
O Dia Mundial da Prematuridade é comemorado em 17 de novembro desde 2008 e tornou-se um movimento intercontinental no qual inúmeros indivíduos e organizações de mais de 100 países unem forças com atividades, eventos especiais e se comprometem com a ação para ajudar a abordar a questão do nascimento prematuro e melhorar a situação dos bebês e de suas famílias.
O problema da prematuridade atinge 15 milhões de crianças todos os anos ao redor do mundo: 1 em cada 10 bebês nasce prematuro. E esse número continua aumentando, apesar do número total de nascimentos estar diminuindo gradativamente. Isso significa que há um aumento significativo de recém-nascidos vulneráveis a cada ano, bem como o número dos chamados “ex-prematuros” é cada vez maior.
À medida que essas crianças crescem, têm maior risco para problemas de aprendizagem e comportamentais, deficiências motoras, infecções respiratórias crônicas e doenças cardiovasculares ou diabetes, em comparação com bebês nascidos a termo.
Apesar do elevado número de nascimentos prematuros e dos riscos decorrentes, a maioria da população não está ciente de que muitas vezes é possível prevenir o parto prematuro e suas consequências para a saúde do bebê.
No Brasil, 340 mil bebês nascem prematuros todo ano, o equivalente a 931 por dia ou a 6 prematuros a cada 10 minutos. Mais de 12% dos nascimentos no país acontecem antes da gestação completar 37 semanas, o dobro do índice de países europeus.
A prevenção da prematuridade se inicia antes mesmo da gestação, com o planejamento familiar adequado, seguido do acompanhamento pré-natal, que busca assegurar o desenvolvimento da gestação, permitindo o parto de um recém-nascido saudável, sem impacto para a saúde materna, inclusive abordando aspectos psicossociais e atividades educativas e preventivas.
Fonte: Renata H. Ghiggi/Relações Públicas